segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Ele - Parte 1


Ele sentou-se na roda de amigos, talvez não amigos e sim apenas conhecidos. Mais do que conhecidos, possíveis colegas. Os assuntos corriam enquanto ele ouvia e observava, não conseguindo sorrir do que era dito. Não por influência do seu humor no momento, mas pelo motivo de as frases e dizeres soarem como "livros já lidos", "fillmes já vistos", que sêm o fator surpresa não causavam qualquer estímulo.


Sentia-se solitário emseus pensamentos por constatar que o comportamento alheio era quase sempre previsível e sofriacom isso, muitas vezes até desejando ter sido criado como uma pessoa ignorante num berço desprovido de cultura. Não entendia porque era assim diferente, porque tinha idéias revolucionárias a respeito de muitas coisas, sentindo que o seu pensamento em muitos momentos era único e verdadeiramente incontestável, perante o que diziam os outros.



Em determinado momento atentou que o tempo mental deve ser bem aproveitado, pois corresponde a frações de vida desperdiçadas. Quando parava para pensar em algo, concluir, questionar, notava que ocupava uma parte do seu tempo envolvido em tais trabalhos que sua mente desenvolvia e daí concluiu:


- Se eu pensar de forma errada, ou me perder em questionamentos baseados em informações e fatos sem credibilidade, estarei desperdiçando partículas fracionárias da minha vida. O trabalho mental deve ser mais apurado e a velocidade na absorção de informações deve aumentar.


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